Uma das mais ricas funções — sim, funções — da
mente humana é, exatamente, a de interpretar sempre os acontecimentos, os
fatos, a vida, o amor. E funções porque a capacidade da mente para interpretar
abarca e envolve uma gama de infinitas situações. E interpretar sempre, porque
a vida e o amor estão sujeitos também a uma infinita dinamicidade, isto é, de
movimentos, mudanças e crises. Na verdade, a vida e o amor, sendo dinâmicos,
devem ser interpretados e avaliados, pois apresentam sempre situações novas,
experiências novas.
O
novo pode assustar, pode alegrar, trazer contentamento e preocupações,
incertezas e indecisão. Mas como novo, distinto do antigo e anterior, passa e
deve passar por uma avaliação, reinterpretação daquilo que se encontra na vida
e no amor, para por o ser humano na condição de adequação e estabilidade, na
serenidade e discernimento do bom, do útil, agradável e tranquilo, superando
incertezas e indecisões. Só assim virá a adaptação.
O
casamento sofre idêntico processo e, portanto, necessariamente, os fatos, os
acontecimentos, a vida e o amor precisam e devem ser reinterpretados. Vida e
amor, como são dinâmicos, passam por transformações que apresentarão situações
novas. Situações que requererão constante avaliação para a adaptação. Nesse
particular, não podem se esquecer os cônjuges de que situações novas sempre
virão. Mente e corações devem estar permanentemente interligados e ligados a
esta verdade, da qual não podem e nem devem se desvincular, sob pena de
perderem o controle e equilíbrio na relação afetuosa, de carinho, enfim, do
amor que alimentam e vivem no dia a dia e que para o futuro viverão.
Inúmeras
vezes, não será fácil reinterpretar a vida e o amor diante de situações novas.
Interpretar estas supõe que, primeiro, se a faça individualmente, isto é, com
esforço por entender e compreender por si mesmo. Mas, sobretudo, interpretar a
dois. Significa que os cônjuges exercitem sua capacidade de diálogo e discutam
cada situação nova, para se entenderem e compreenderem e, assim, se adaptarem a
ela, sem atritos e conflitos negativos que só dificultarão a vida e o amor.
Deus
dotou o ser humano de entendimento e capacidade de diálogo. E este se faz com
esforço e boa vontade, para interpretar e reinterpretar sempre. Eis, pois!
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