O célebre pensador e escritor Jankélévitch (0) suas
meditações sobre o amor, certa feita assim se exprimiu: “Para amar é preciso
ser, mas para ser é preciso, antes de tudo amar: pois quem não ama é um simples
fantasma”.
Diria que as ligações entre as
pessoas se tornam pobres e empobrecidas quando as convenções e a
superficialidade dos contatos estabelecem relações impessoais e impedem o
autêntico encontro amoroso.
Até parece ideia fixa falar amiúde
de amor. Mas, como dele não falar, do fio condutor de toda a relação do
casamento? Neste sentido, amor, obviamente, será fonte e matéria de constante
debate, reflexão e escrita. Haverá sempre um discurso sobre o amor. Encontro
que faz na intersubjetividade, na relação com o ser amado.
O amor é um convite para sair de si
mesmo. Concentrado em si mesmo, o ser humano se obstaculiza e se torna incapaz
de ouvir o apelo do ser amado, ou de quem pensa amar. E a busca do outro
somente para satisfação própria, torna-se impedimento para o encontro
verdadeiro. Este pensamento faz lembrar a lenda de Narciso, que, ao
apaixonar-se por si próprio, o que lhe causa a morte, pois esquece de se
alimentar, tão envolvido que esteve com a própria imagem inatingível. Morre,
porque torna impossível a intersubjetividade, a relação e vínculo fecundo com o
ser amado.
Na intersubjetividade impossível,
relação fecunda de encontro, o ser humano centrado em si mesmo, jamais
realizará um encontro de amor, porque amar é desejar o desejo do outro.
A vida requer riscos, mas calculados
e garantidos. Fechado em si, o ser humano, na misteriosa arte de amar, sem
desejar o desejo do outro, só encontrará fantasmas. Estes são próprios do mundo
ideal, inexistente, presente somente na cabeça de quem sofre incapacidade de
ver e ler a realidade com objetividade. O mundo dos fantasmas, ilusório e
misterioso, faz o ser humano recair no vazio do amor. Amor estéril, que impede
verdadeiro encontro. Fantasmas só prestam para raiar e arranhar a existência,
como é próprio das vicissitudes negativas da vida.
Com o ideal de uma
intersubjetividade, ou seja, relação que possibilite sempre verdadeiro
encontro, no casamento deve persistir a fé que faz remover montanhas.
Acrescente-se também, a necessidade de um clamor como de Sara, depois de ser tomada
como esposa por Tobias: “Tende piedade de nós, Senhor, e fazei que cheguemos a
uma ditosa velhice” (Tobias
8,10) Sem fantasmas. Eis, pois!
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Vladimir
Jankélévitch(31 de Agosto 1903 em Bourges - 6 Junho 1985, em Paris).
Jankélévitch era filho de pais russos, que haviam emigrado para França. In 1922 he started
studying philosophy at the École normale supérieure in Paris, under Professor
Bergson . Em 1922 ele começou a estudar
filosofia na École normale supérieure em Paris, sob Professor Bergson. From 1927 to 1932
he taught at the Institut Français in Prague , where he wrote his doctorate on
Schelling . De 1927 a 1932 ele ensinou no
Institut Français de Praga, onde ele escreveu seu doutoramento sobre Schelling.
He
returned to France in 1933, where he taught at the Lycée du Parc in Lyon and at
many universities, including Toulouse und Lille. Ele retornou à França em 1933, onde ele ensinou no Lycée du Parc, em
Lyon e em muitas universidades, incluindo Toulouse und Lille. In 1939 he joined
the French Resistance . Em 1939, começou a trabalhar na Resistência Francesa. After the war, in
1951, he was appointed to the chair of Moral Philosophy at the Sorbonne , where
he taught until 1978. Depois da guerra,
em 1951, ele foi nomeado para a cadeira de Moral Filosofia na Sorbonne, onde
ele ensinou até 1978. A citação é extraída da obra do autor: Traité des vertus, do ano de 1936.
Tobias