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sexta-feira, 21 de agosto de 2015

RESPEITO: QUESTÃO DE CONSCIÊNCIA


Conhecimento ou percepção do que se passa consigo, ou faculdade que tem a razão de julgar os próprios atos, ou voz secreta da alma que aprova ou desaprova os próprios atos: isto é a consciência. Quanto que o respeito é acatamento, deferência, veneração para com as realidades, as coisas, as pessoas. Dito assim, descobre-se que o respeito só terá lugar diante de uma consciência formada para tanto.
Inegavelmente, o Senhor Deus, Criador de tudo e de todas as coisas, dotou o ser humano de uma importante entidade, parte essencial dele, a consciência, ao infundir nele inteligência e vontade. E a consciência está, portanto, entre a vontade e a inteligência. A vontade nata no ser humano é o querer para ação, educável e disciplinável; e a inteligência sujeita à evolução, à progressão, ao crescimento.
Escritos sobre o conhecimento falam da importância deste quando necessário para uma boa inter-relação no casamento. O respeito, junto com o conhecimento, é parte integrante do verdadeiro sentimento de amor que une homem e mulher no matrimônio. Mas o respeito depende da consciência que leva em conta todos os valores do mundo, das realidades terrenas e das pessoas. A consciência possibilita ao ser humano a distinção entre os diversos valores da vida e de todo o mundo criado.
Os seres humanos têm uma infinita distinção em relação aos outros seres criados devido à consciência que os torna infinitamente superiores. É a consciência que governa a vontade para os atos humanos, para a ação no cotidiano. E, no casamento, a consciência aparece como a primeira entidade, o fundamental valor, guia do comportamento e da postura que cada um deve adotar em relação ao outro, na inter-relação de amor, para formar com o outro cônjuge uma só carne, um só ser, tal como Deus instituiu desde a origem e que deve perdurar até o fim da vida.
Sendo a consciência esta entidade, valor sublime e inviolável, requer que seja formada e disciplinada desde o nascimento, para ser aquela que governa os atos humanos, não deixando que a vontade seja incontrolável e dominadora, deselegante e irracional.
A consciência nunca termina de ser disciplinada, educada. Requer constante e sempre permanente atenção para exercer seu papel de rainha das mentes, reta, sempre delicada, correta e incontaminável pelos desvios a que está sujeita a natureza. Ressalta-se, portanto, a essencial função da educação que, sem ferir a liberdade da consciência, procura e faz com que a mesma consciência seja uma resposta adequada para cada momento, para cada situação. Neste sentido, inegavelmente, a consciência exerce o primado na vida humana. Soberana, ela tem a capacidade de restaurar no ser humano a nobreza e grandeza de ser o primeiro entre os demais seres criados.
Uma vida perde seu destino quando deixa de agir segundo a consciência. E aí, já não mais existirá a totalidade da racionalidade, mas sim o menosprezo pelo que o ser humano tem de mais sagrado, a consciência.
Seres conscientes, desde a mais antiga era da humanidade, souberam pautar suas vidas no bem e no belo, nas coisas boas da vida, porque nunca perderam ou deixaram que sobre a consciência fosse sobreposto o antevalor ou contra-valor do desrespeito à dignidade humana. Quando assim aconteceu, a mesma humanidade foi mergulhada em sangue, dor e inútil sofrimento.

O respeito será sempre um reflexo daquilo que cada um tem na consciência e no casamento, terá ou deverá ter lugar privilegiado no comportamento e na conduta de cada um. Atenciosamente, a vida do amor de cada cônjuge, cada um que se casa, terá sempre sabor de felicidade, quando o respeito for a mola mestra da convivência, porque será sempre um reflexo do que está dentro  da consciência. Magnífico exemplo, nesse sentido, foi Jesus que nunca perdeu a consciência de sua nobre e profunda missão e, mais que impor, fez sempre um apelo à ação pela consciência. E respeito é questão de consciência. Eis, pois!

O PRIMEIRO PASSO


            Resolver viver com alguém é um sinal muito forte de desejo e compromisso. A infidelidade ao compromisso constitui-se em uma grande desconsideração em relação aos termos do contrato do casamento. Por isso, a promessa de fidelidade precisa ser controlada. Significa que os namorados ou noivos, desejosos mesmo de selar o compromisso do casamento, avaliem criticamente o compromisso que vão assumir e levem em consideração que precisarão abrir mão de alguma liberdade, em troca de um bom relacionamento, baseado na confiança.
            O amor muda sua coloração, troca de facetas ao longo do tempo. O ser humano amadurece, descobre novos horizontes de uma infinidade de valores e amplia e aprofunda os princípios que assimilou ao longo dos anos vividos. E decidido a viver intimamente e construir comunhão de amor com alguém, deve estar consciente de que o casamento é um acordo de vontades. Assim, Deus o instituiu no início da criação.
            Por certo que os cônjuges, isto é, aqueles que se decidem pelo casamento e, de fato, o celebram, realizam o matrimônio como um acordo satisfatório para ambos. Neste sentido, o matrimônio constitui um estado de vida completamente diverso da vida na individualidade. Sem deixar de ser indivíduo, cada um dos cônjuges irá buscar construir uma íntima comunhão de amor, essencial ao casamento, sem o que será absolutamente desfigurado. Será comunhão de vontades, de perspectivas, sonhos, desejos e realizações. Não há perda e nem supressão do próprio eu. Sua individualidade conserva-se, porém, mais aberta à renúncia e aos sacrifícios quando o bem do outro cônjuge está em jogo ou o exige que assim seja. Também quando surgem as dificuldades individuais e a dois, cada um deverá estar aberto a cooperar com o outro no processo de superação.
            O primeiro passo para um acordo satisfatório será fazer o que prometeu, para que seja coerente com o compromisso assumido e o forte desejo seja justificado por atitude e postura condizente com a felicidade do outro. Fazer significa passar das palavras à ação. Impensável que todo comportamento extravasado ao longo do namoro e depois, quando chegam à conclusão pelo noivado de que o romance vivido deve se tornar realidade, selando o compromisso, casados, uma vez celebrado o matrimônio, deixam que os relacionamentos percam o romantismo. Não. Para que isto não ocorra, o primeiro passo deve ser fazer o que prometeu para que o acordo continue satisfatório para ambos. Deus, mesmo na sagrada Escritura, mostra-se como o grande exemplo de fidelidade, fazendo o que prometeu, mesmo diante da infidelidade dos humanos. O que se constitui em elaboração dos termos de um acordo satisfatório, não pode e nem deve se tornar inexistente ou vazio, mas realidade, mesmo que o romance permaneça. Eis, pois!