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sexta-feira, 19 de junho de 2015

AMIGOS FILHOS



            O casamento transfere aos cônjuges uma série de direitos e correspondentes deveres, próprios do estado matrimonial. Dentre direitos que adquirem os pais, um deles sobressai em fase mais amadurecida da constância matrimonial, o direito e o dever da educação específica aos filhos, que deixam de ser crianças e entram em fase de autoafirmação e de novas descobertas.
            Chegados aos doze anos de idade, de modo geral, vem a adolescência até os dezoito ou dezenove anos, mais ou menos, não há como se estabelecer uma idade absolutamente limite, pois já o sabemos: cada ser humano é único e irrepetível. Fase de maturação física.
            No rapaz aparecem os pelos, mudança da voz, certo desajeitamento dos movimentos.
            Na mocinha aparecem as formas do corpo, sobressaem os seios e chega a menstruação.
            Para um e para a outra, fenômeno absolutamente normal e natural. Além disso, uma descoberta mais acentuada do amor e a atração física por pessoas do sexo oposto.
            Nesta idade, a adolescência, em ambos há um acentuado descontrole emocional, fruto da mesma idade e fase. E a ciência moderna descobriu, há poucos anos, que tal descontrole é consequência de um desequilíbrio hormonal. Certa glândula secretora de hormônio responsável pelo equilíbrio emocional, ora segrega em menor quantidade, ora deixa de fazê-lo intermitentemente o necessário e na medida para agir sobre o psiquismo, promovendo o desequilíbrio emocional. Nada de anormal.
            A adolescência deve possibilitar a continuidade do processo formativo da personalidade do indivíduo, a educação. Por isso, também e mais que necessário se faz que os pais imponham limites, nos quais se diz sim e não, para pôr o adolescente na condição de ir aprendendo a decidir, mas também sabedor de que não pode tudo.
            Ainda hoje se discute o que fazer com a rebeldia e a irreverência típica dos adolescentes. Para a idade deles, trata-se de um fenômeno que, na forma como acontece ou do modo como o fazem, por certo, deve ser encarado como anormal. Anormal, porque se tudo se permite é sinal que algo esteja faltando no processo educativo: a imposição de limites.
            A adolescência deve ser encarada como uma fase admiravelmente importante e mais bela da vida do indivíduo que deve ser compreendido. E todo esforço possível não será em vão para entender o adolescente em seus anseios e desejos, na sua vontade. É difícil. Sim. Mas nem por isso se pode deixá-lo, ignorá-lo ou tratá-lo como se criança fosse. Às vezes, ele tem atitudes de criança misturadas com atitudes de adulto, o que deve ser entendido como absolutamente normal e natural, até porque se encontra ele na idade para conquistar a autoafirmação, ou seja, procura formas e modos de ser dono de si mesmo, quer fazer valer o seu “eu” e, muitas vezes, não consegue, porque lhe falta o amadurecimento e o equilíbrio suficiente.
            Infelizmente, em muitas situações os pais encaram a adolescência como um grande desafio, seja na convivência e coexistência, seja no processo educativo com e dos adolescentes. Onde encontrar explicação e fundamento para tal dificuldade? Sem sombra de dúvida, ela reside na inexistência de um fator preponderante para a árdua tarefa da educação, ou seja, a pouca ou nenhuma amizade dos pais com os adolescentes. Se os cônjuges, como pais dedicados, agirem verdadeiramente como amigos de seus filhos, a missão da educação poderá ser árdua, mas não tanto espinhosa e difícil como muitos a encaram e ele se apresenta. Pais amigos terão amigos filhos, porque estes serão confidentes daqueles que, alegres, se alegrarão com o fruto do seu amor. Eis, pois!





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