O casamento transfere
aos cônjuges uma série de direitos e correspondentes deveres, próprios do
estado matrimonial. Dentre direitos que adquirem os pais, um deles sobressai em
fase mais amadurecida da constância matrimonial, o direito e o dever da
educação específica aos filhos, que deixam de ser crianças e entram em fase de
autoafirmação e de novas descobertas.
Chegados
aos doze anos de idade, de modo geral, vem a adolescência até os dezoito ou
dezenove anos, mais ou menos, não há como se estabelecer uma idade
absolutamente limite, pois já o sabemos: cada ser humano é único e irrepetível.
Fase de maturação física.
No
rapaz aparecem os pelos, mudança da voz, certo desajeitamento dos movimentos.
Na
mocinha aparecem as formas do corpo, sobressaem os seios e chega a menstruação.
Para
um e para a outra, fenômeno absolutamente normal e natural. Além disso, uma
descoberta mais acentuada do amor e a atração física por pessoas do sexo
oposto.
Nesta
idade, a adolescência, em ambos há um acentuado descontrole emocional, fruto da
mesma idade e fase. E a ciência moderna descobriu, há poucos anos, que tal
descontrole é consequência de um desequilíbrio hormonal. Certa glândula
secretora de hormônio responsável pelo equilíbrio emocional, ora segrega em
menor quantidade, ora deixa de fazê-lo intermitentemente o necessário e na
medida para agir sobre o psiquismo, promovendo o desequilíbrio emocional. Nada
de anormal.
A
adolescência deve possibilitar a continuidade do processo formativo da
personalidade do indivíduo, a educação. Por isso, também e mais que necessário
se faz que os pais imponham limites, nos quais se diz sim e não, para pôr o
adolescente na condição de ir aprendendo a decidir, mas também sabedor de que
não pode tudo.
Ainda
hoje se discute o que fazer com a rebeldia e a irreverência típica dos
adolescentes. Para a idade deles, trata-se de um fenômeno que, na forma como
acontece ou do modo como o fazem, por certo, deve ser encarado como anormal.
Anormal, porque se tudo se permite é sinal que algo esteja faltando no processo
educativo: a imposição de limites.
A
adolescência deve ser encarada como uma fase admiravelmente importante e mais
bela da vida do indivíduo que deve ser compreendido. E todo esforço possível
não será em vão para entender o adolescente em seus anseios e desejos, na sua
vontade. É difícil. Sim. Mas nem por isso se pode deixá-lo, ignorá-lo ou
tratá-lo como se criança fosse. Às vezes, ele tem atitudes de criança
misturadas com atitudes de adulto, o que deve ser entendido como absolutamente
normal e natural, até porque se encontra ele na idade para conquistar a
autoafirmação, ou seja, procura formas e modos de ser dono de si mesmo, quer
fazer valer o seu “eu” e, muitas vezes, não consegue, porque lhe falta o
amadurecimento e o equilíbrio suficiente.
Infelizmente,
em muitas situações os pais encaram a adolescência como um grande desafio, seja
na convivência e coexistência, seja no processo educativo com e dos
adolescentes. Onde encontrar explicação e fundamento para tal dificuldade? Sem
sombra de dúvida, ela reside na inexistência de um fator preponderante para a
árdua tarefa da educação, ou seja, a pouca ou nenhuma amizade dos pais com os
adolescentes. Se os cônjuges, como pais dedicados, agirem verdadeiramente como
amigos de seus filhos, a missão da educação poderá ser árdua, mas não tanto espinhosa
e difícil como muitos a encaram e ele se apresenta. Pais amigos terão amigos
filhos, porque estes serão confidentes daqueles que, alegres, se alegrarão com
o fruto do seu amor. Eis, pois!
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