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sexta-feira, 26 de junho de 2015

AMOR À VERDADE...

Todos têm direito a manifestar e se expressar. Aliás, o direito de expressão é sagrado, expressão, desde que não fira os direitos alheios. Deixem-me, por favor, me expressar então. Sem nenhuma pretensão particular ou específica, mas objetiva, para dizer o que penso. Ah! Só penso no bem de todos. Creiam-me...

AMOR À VERDADE

 No centro estava a imagem de José, o pai adotivo de Jesus e, ao seu lado, diversas outras imagens de santos e santas. Homens e mulheres que escolheram para si o estado matrimonial, ou seja, escolheram o casamento como estado de vida. Foram exemplares em suas vidas, modelos de santidade, mas também modelos de cidadãos, expressivos e expressivas com uma exuberante consciência de cidadania.
 À noite, enquanto dormiam todos, escutava-se um diálogo cujas vozes vinham não se sabe de que direção. Mas, pouco a pouco, descobriu-se que vinha da gruta construída por um zeloso sacerdote. Não tinha ele muita paciência para fixar-se em uma comunidade, vivia passando de cidades em cidades e onde fosse possível construía uma gruta, em geral, sempre dedicada à Virgem Maria e nunca deixava de pregar o Evangelho a quem o escutava.
 Ao longo de uma rodovia moderníssima, de quatro pistas, aquele sacerdote conseguiu autorização do órgão estatal competente e que administrava a referida autoestrada, para também ali, bem próximo de uma cidadezinha, edificada num vale, entre duas montanhas, construir uma gruta que chamasse atenção de todos que por ali transitassem.
 Nesta gruta, terminada a sua edificação, à noite, sem iluminação, ali não existia rede elétrica, de repente, depois de alguns dias haver depositado a imagem da Virgem Maria, notaram que outras imagens foram também depositadas. O povo do país muito religioso; muitas pessoas levavam imagens de outros santos e santas para aquela gruta, geralmente, como cumprimento de uma promessa. Dentre elas, levaram uma de São José, o pai adotivo de Jesus, outra de Santa Rita de Cássia e, poucos dias depois, apareceu mais uma, de uma santa pouco conhecida: Santa Maria da Encarnação. Esta se casara e tivera seis filhos. Sofreu tribulações e aflição e o marido fora exilado, os bens confiscados injustamente.
 Sabe-se que tanto São José como a Virgem Maria foram pessoas cumpridoras de seus deveres e muito silenciosas. Os Evangelhos deixam transparecer que pouco falavam. Maria muito pouco e José, quase nada.
 As vozes que vinham desta gruta, à noite, enquanto todos dormiam, nada mais eram do que uma reunião em que São José resolveu coordenar. Estavam muito preocupados com os rumos do mundo neste início de Século XXI. As instituições todas em crise, o Norte do Globo cada vez mais rico e os países subdesenvolvidos cada vez mais pobres e em dificuldades financeiras, as concepções éticas e morais cada vez mais deterioradas, muitos escândalos e o graçamento cada vez mais galopante de corrupção marcada por um cinismo sempre mais desenfreado, a família e o casamento em crise, manifestada esta última, particularmente, pela falta de compromisso dos homens e mulheres deste mundo, no Século XXI.
 Como José, homem sábio e justo, sempre foi de pouco falar, embora tivesse o que dizer de muito importante, mas na qualidade de coordenador, deixou que os outros presentes falassem por primeiro ou dessem algum conselho para os habitantes da Terra. A Santa, pouco conhecida e falada, tomou a palavra e disse, aconselhando aos esposos e filhos: “Seria tão bom se os pais retomassem a educação dos filhos no amor à verdade...”. De repente a Santa silenciou. É que chegara um devoto à gruta, já era de madrugada. E São José, disse baixinho: “Não faz mal, amanhã, ou qualquer dia, voltamos à reunião e continuamos para ajudar aqui na Terra os nossos devotos”. É que não queriam que vissem imagens falando. Poderiam ficar assustados. Eis, pois!

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