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sexta-feira, 19 de junho de 2015

CONSTRUTORES DA VIDA



            Santo Agostinho lega-nos a notícia de que, no seu tempo, existiam cerca de trezentas definições sobre ser humano. E hoje, certamente, muito mais. Nem sabemos quantas. Um mistério. Mistério como é a vida.
            Tive a curiosidade de verificar, no melhor dicionário de nossa língua materna, o sentido do termo vida. Diz lá:...estado de incessante atividade funcional, ou, ... tempo decorrido entre o nascimento e a morte..., ou ainda, ... existência..., e tantos mais. Surpreso! A vida deve ser muito mais.
            O casamento era, ao tempo de Jesus, inestimável patrimônio da civilização. E ao elevá-lo à dignidade de Sacramento, tornou-o ainda mais de incalculável valor patrimonial. Direi que assim deve ser, porque, o casamento, o matrimônio, torna-se santuário da vida. Mais que tempo decorrido entre o nascimento e a morte, é estado de incessante atividade funcional. Mas, muito mais que isto, lugar de construção e preservação da vida.
            A Sagrada Escritura, em suas páginas iniciais, ao descrever a criação de Deus, na particular criação da natureza humana, o desígnio de Javé (=Deus) sobre o ser humano, segue uma lógica e dinâmica fundamental: ”crescei e multiplicai-vos”. Inegavelmente, ao dar Eva como eterna e terna companheira a Adão, constitui o homem e a mulher como a vocação insubstituível de construtores da vida.
            Já sabemos quão maravilhoso e soberbo o desígnio de Deus sobre a sorte salvífica da humanidade. Com a dinâmica que ele mesmo criou, quis, com ela, instalar-se no meio da humanidade. Emanuel, Deus conosco. No Espírito Santo fez-se esposo de Maria Virgem, que nos deu seu Filho Jesus, nascido nas condições de extrema humildade, numa estrebaria, em Belém, na Judeia. Javé, criador da vida, deixa-se, em seu Filho, entrar na dinâmica da construção da vida.
            O Natal de Jesus é, em todos os sentidos, uma imagem da dinâmica do ser humano como construtor da vida, uma realidade símbolo do matrimônio, do casamento, como ambiente de construção da vida. Impressiona a inter-relação de José com Maria. Embora a Encarnação de Deus no meio da humanidade se faz de forma extraordinária, obra do Espírito Santo, José não se acovarda, assume a postura de pai e esposo, construtor da vida.
            Obviamente, a vida, uma construção inacabada, requer constante e permanente dedicação de conservação e retoque. Pois, esta construção não termina com o nascimento. Deus, no Natal e depois, deu o exemplo. Assim, agora podemos entender o magnífico mistério do casamento de José e Maria. A vida do Menino-Deus estava em suas mãos. Estado de incessante atividade funcional. Existência. Eis, pois!









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