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segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

UM SINAL NA TERRA...



O relativismo tem suas bases no princípio de que nada é absoluto, o que pode significar que tudo, a qualquer momento, pode ser descartável. Tendência pós-moderna que leva o ser humano a pensar que o livre arbítrio é absoluto e que os valores éticos e morais só existem a partir da conveniência de cada um. Por certo, que valores tais como a educação e o respeito à natureza também acabam se tornando relativos, porque podem ser suprimidos a qualquer momento pelo próprio livre arbítrio. Ao contrário, o livre arbítrio, sim, é relativo e o é, para que não se decida que valores absolutos existam como leis independentes e autônomas da vontade. Mesmo que a vontade, expressão do livre arbítrio decida de forma diferente, aqueles valores absolutos não deixam de existir. Exemplos de valores absolutos podem ser citados tais como a responsabilidade, a honestidade, a verdade e, em certos casos, até consentimento irrescindível.

O consentimento é pleno, caso contrário, ineficaz, é total ou não existe, porque não existe meio termo de consentimento. Assim como, não existe honestidade pela metade ou uma meia verdade. Portanto, obriga-se a lógica à conclusão de que valores absolutos existem e não admitem parcialidade.

O consentimento prestado no matrimônio é total ou, se prestado parcialmente, não se presta nenhum consentimento, pois não se sustenta na parcialidade. Ou seja, não existe consentimento pela metade.

O que faz o matrimônio é o consentimento, um valor absoluto, na plenitude e não na parcialidade, com conseqüência óbvia, exclusivo e perpétuo. Significa que dado em estado de livre arbítrio, ou seja, sob a vontade espontânea e livre, sem qualquer constrangimento ou coação. Ninguém pode ser coagido a dar consentimento sobre o que quer que seja, particularmente, no matrimônio.  

O consentimento como forma de contrato-sacramento matrimonial leva consigo a exigência e a necessidade a que ambos se conheçam, tenham condições e capacidade para consentir. Além disso, saibam e tenham conhecimento dos termos do contrato-sacramento. Impensável e inadmissível que alguém celebre um contrato sem conhecer a matéria a qual está contratando para si, sob as condições desta matéria e seu conteúdo, ou seja, os direitos e deveres que são essenciais para o cumprimento do contrato-sacramental do matrimônio.
Na Sagrada Escritura, na Bíblia, a Palavra de Deus revela o plano de amor e salvação proposto pelo próprio Deus, que celebra uma Aliança com a humanidade através do povo Hebreu. Nesta Aliança, que também é contrato, porque acordo de duas vontades, Deus se manteve e se mantém sempre fiel e até o fim. Jamais quebra a Aliança. Aliança que se torna indissolúvel, inquebrantável, jamais rompida da parte Dele.

 Javé, Deus, instituiu o casamento no início da criação e o fez indissolúvel, isto é, tornou o casamento uma verdadeira aliança também inquebrantável. A aliança matrimonial é também um acordo de vontades entre o homem e a mulher, entre os cônjuges, portanto, um contrato, que se celebrado regular e na sua totalidade, cria um vínculo absoluto entre as partes, vínculo que tem como base o amor mútuo.

Na Aliança Do Senhor Deus com o seu Povo, o amor presidiu a celebração do contrato em que Ele garante amor total, absoluto. E quando Jesus se entrega, o faz na totalidade por amor, pela salvação do gênero humano, pela humanidade. Um casamento perfeito da parte Dele. Vincula-se absolutamente e estabelece presença singular, torna-se companheiro e cúmplice. E neste acordo de vontade, oferece-se esperando da parte da humanidade o mesmo posicionamento, mesmo levando em conta a desigualdade de capacidade, Ele Deus, todo poderoso, o ser humano, criatura com limites de capacidade, o que não ocorre entre homem e mulher, com capacidade, ao menos presumivelmente igual. Então, no casamento, verdadeira aliança entre homem e mulher, a verdadeira entrega acontece se o amor for pleno, porque o amor deve ser entrega na totalidade. Caso contrário, casamento não há se houver restrição ou exclusão de algum elemento do amor. Indubitavelmente, um sinal na terra desta entrega encontra-se em Jesus, que se deu inteiramente à humanidade. Eis, pois!

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