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sábado, 17 de janeiro de 2015

SER DONO...? NUNCA.

POR QUE CASAR-SE? (Pe. Vicente F. de Lima).

SER DONO...? NUNCA.

Dono significa ser senhor, possuidor de alguma coisa, proprietário. Mas, existe uma entidade chamada verdade, da qual apenas uma pessoa pode-se dizer, seja ela dona da verdade, Deus e para ser mais real, o Deus que está em Nosso Senhor Jesus Cristo. Mais ninguém pode se apropriar do convencimento de que seja dono a verdade. Porque, de fato não o é. Finito e falível como é o ser humano, jamais pode imaginar ou pensar que seja dono da verdade.
O matrimônio e sua vivência estão cercados de expectativas, porque antes dele, algo vivido apenas no ideal, virtualmente, mas também depois de celebrado, os sonhos se multiplicam, embora nem todos se realizem, porquanto muitos sonhos não passam de uma quimera, ou seja, porque, ou são um monstro fabuloso, com cabeça de leão, corpo de cabra e calda de dragão, isto é, sonhos irreais, posto que, monstro fabuloso não existe, é pura fantasia, fruto produto da imaginação, utopia, chegando às raias do absurdo. Viver idealizando assim não será possível construir uma existência, um mundo feliz.
É verdade que é preciso sonhar sempre, porquanto, os sonhos fazem parte da esperança, e muitas vezes atuam como elementos rejuvenescedores, entretanto, o ser humano não pode e nem deve viver somente de sonhos, aliás, impossível viver somente deles e neles. A vida é muito mais do que os sonhos que emergiram na própria existência.
Sonhar ser dono da verdade é o primeiro passo para se imaginar e pensar que se tornou sue dono. Pode-se até sonhar, entretanto, o ser humano comete um grande equívoco imaginar-se e pensar-se como dono da verdade, quando de fato, vê-se que não é. Como os sonhos muitos, irreais e fantasiosos, produzidos por frágeis realidades, quase nulas como existentes.
No matrimônio também emergem os sonhos, muitos deles se tornam realidade, mas muitos são produzidos por frágeis realidades, por pura fantasia produto da fértil imaginação, mas também que levam as pessoas se imaginarem e pensarem-se como os donos da verdade. Lastimável quando passam a viver como se fossem mesmo os donos da verdade e aí, se fecham ao diálogo, não aceitam sugestões, não ouvem mais ninguém, e o que é pior, desconsideram o ser amado a quem um dia escolheu como companheiro, como companheira. Companheiros que não mais sonham juntos, que propriamente deixam de ser parceiros ou não mais caminham juntos, preferindo caminhar desencontrados e se desencontrando.
Na verdade, os sonhos que levam consigo depois a imaginação e o pensamento de que se acha como o dono da verdade, são sonhos egoístas que não podem fazer parte do conjunto dos sonhos de um matrimônio de quem almeja construir uma vida feliz, porque impossível ser feliz sozinho.
Não vale a pena sonhar como se fosse o dono da verdade, nem se imaginar dono da verdade, porquanto, se a felicidade é uma situação vital ou uma condição de viver e, felicidade não se explica, mas se vive, impossível viver de sonhos pura fantasia ou produto fruto de fértil imaginação, porque o ser humano existe para viver um mundo real e nunca fictício, um mundo em construção, coisa que os sonhos não fazem.
Sonhar em comum, como deve ser na íntima comunhão de vida e amor do matrimônio, constantemente aberto ao diálogo que possibilita a comunicação e partilha dos mesmos sonhos, mas nunca imaginar-se e nem pensar-se como o dono da verdade, pois, se assim for, tudo o mais na vida a dois será catastrófico, porque o desencanto tomará lugar do encanto, ficando o dono da verdade vendado para não ver as necessidades e a beleza do outro ou e outra e o outro ou a outra privada de ver realizar os sonhos que poderiam estar em comum e que não estarão, diante de um monstro fabuloso, com cabeça de leão, corpo de cabra e calda de dragão, isto é, sonhos irrealizáveis. Ser dono da verdade, nunca, porque será uma sensação que afasta a felicidade. Eis, pois!  


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