POR QUE CASAR-SE? (Pe. Vicente F.
de Lima).
SER DONO...?
NUNCA.
Dono significa ser senhor, possuidor de alguma coisa,
proprietário. Mas, existe uma entidade chamada verdade, da qual apenas uma
pessoa pode-se dizer, seja ela dona da verdade, Deus e para ser mais real, o
Deus que está em Nosso Senhor Jesus Cristo. Mais ninguém pode se apropriar do
convencimento de que seja dono a verdade. Porque, de fato não o é. Finito e
falível como é o ser humano, jamais pode imaginar ou pensar que seja dono da
verdade.
O matrimônio e sua vivência estão cercados de
expectativas, porque antes dele, algo vivido apenas no ideal, virtualmente, mas
também depois de celebrado, os sonhos se multiplicam, embora nem todos se
realizem, porquanto muitos sonhos não passam de uma quimera, ou seja, porque,
ou são um monstro fabuloso, com cabeça de leão, corpo de cabra e calda de
dragão, isto é, sonhos irreais, posto que, monstro fabuloso não existe, é pura
fantasia, fruto produto da imaginação, utopia, chegando às raias do absurdo. Viver
idealizando assim não será possível construir uma existência, um mundo feliz.
É verdade que é preciso sonhar sempre, porquanto, os
sonhos fazem parte da esperança, e muitas vezes atuam como elementos
rejuvenescedores, entretanto, o ser humano não pode e nem deve viver somente de
sonhos, aliás, impossível viver somente deles e neles. A vida é muito mais do
que os sonhos que emergiram na própria existência.
Sonhar ser dono da verdade é o primeiro passo para se
imaginar e pensar que se tornou sue dono. Pode-se até sonhar, entretanto, o ser
humano comete um grande equívoco imaginar-se e pensar-se como dono da verdade,
quando de fato, vê-se que não é. Como os sonhos muitos, irreais e fantasiosos,
produzidos por frágeis realidades, quase nulas como existentes.
No matrimônio também emergem os sonhos, muitos deles
se tornam realidade, mas muitos são produzidos por frágeis realidades, por pura
fantasia produto da fértil imaginação, mas também que levam as pessoas se
imaginarem e pensarem-se como os donos da verdade. Lastimável quando passam a
viver como se fossem mesmo os donos da verdade e aí, se fecham ao diálogo, não
aceitam sugestões, não ouvem mais ninguém, e o que é pior, desconsideram o ser
amado a quem um dia escolheu como companheiro, como companheira. Companheiros
que não mais sonham juntos, que propriamente deixam de ser parceiros ou não
mais caminham juntos, preferindo caminhar desencontrados e se desencontrando.
Na verdade, os sonhos que levam consigo depois a
imaginação e o pensamento de que se acha como o dono da verdade, são sonhos
egoístas que não podem fazer parte do conjunto dos sonhos de um matrimônio de
quem almeja construir uma vida feliz, porque impossível ser feliz sozinho.
Não vale a pena sonhar como se fosse o dono da
verdade, nem se imaginar dono da verdade, porquanto, se a felicidade é uma
situação vital ou uma condição de viver e, felicidade não se explica, mas se
vive, impossível viver de sonhos pura fantasia ou produto fruto de fértil
imaginação, porque o ser humano existe para viver um mundo real e nunca
fictício, um mundo em construção, coisa que os sonhos não fazem.
Sonhar em comum, como deve ser na íntima comunhão de
vida e amor do matrimônio, constantemente aberto ao diálogo que possibilita a
comunicação e partilha dos mesmos sonhos, mas nunca imaginar-se e nem pensar-se
como o dono da verdade, pois, se assim for, tudo o mais na vida a dois será
catastrófico, porque o desencanto tomará lugar do encanto, ficando o dono da
verdade vendado para não ver as necessidades e a beleza do outro ou e outra e o
outro ou a outra privada de ver realizar os sonhos que poderiam estar em comum
e que não estarão, diante de um monstro fabuloso, com cabeça de leão, corpo de
cabra e calda de dragão, isto é, sonhos irrealizáveis. Ser dono da verdade,
nunca, porque será uma sensação que afasta a felicidade. Eis, pois!
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