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sábado, 17 de janeiro de 2015

O REFERENCIAL.

Por que casar-se? (Pe. Vicente F. de Lima).

O REFERENCIAL.


Em física, sistema de coordenadas de referência ou referencial é um sistema de coordenadas utilizado para se medir e registrar as grandezas físicas, como por exemplo posição, velocidade, aceleração, campos eletromagnéticos ou gravitacionais. Cada observador deve de antemão escolher um referencial para que se possa realizar suas medidas ou formular suas teorias.
Não se trata de dar dissertar sobre algum tema da física, mas mostrar, usando de alguns termos de linguagem desta ciência, para dizer que a família é uma coordenada de referência para a sociedade, para o ser humano.
Segundo Oliveros Otero, estudioso, psicólogo e pesquisador do tema família, existem três tipos de valores estreitamente relacionados entre si, valores que ele chama de imateriais, do espírito e os que fazem referência à verdade, ou seja, valores intelectuais, dizem respeito ao bem, valores morais, a beleza e valores estéticos, são inseparáveis e formam um trinômio. Se separados, teria uma verdade má e feia, com um bem feio e falso, com uma beleza falsa e má. 
Pensando bem e refletindo sobre valores, hoje o individualismo se sobrepõe e impede que valores coletivos tais como o da família e conseqüentes valores da própria família sejam relegados ao segundo plano. E como muito exprime o Papa João Paulo II, na Exortação Apostólica sobre a família no mundo de hoje, a família é alvo de numerosas forças que a procuram destruir ou de qualquer modo deformar. Dentre estas forças encontra-se o individualismo.
O individualismo que pode ser entendido como sendo o sistema de isolamento dos indivíduos na sociedade ou ainda, teoria que faz prevalecer os direitos do indivíduo sobre os da sociedade ou coletividade. E junto com o individualismo, emerge o egoísmo, pensar somente em si mesmo, reter somente para si o que poderia ser um bem para todos, ambos tornam a vida e a existência restringidas porque relegam os direitos da coletividade no plano inferior.
Por certo que o amor deve ser contabilizado como o primeiro valor da família e somente ele poderá ser a medida para que os valores individuais não se sobreponham aos valores da coletividade, e particularmente, da instituição familiar, porque constituída de íntima comunidade de vida e de amor.
À família é confiada a missão e função de guardar, revelar e comunicar o amor como reflexo e participação real do amor de Deus pela a humanidade e para os cristãos do amor de Cristo por sua Igreja.
Partindo do princípio de que o amor será o fio condutor, mas também porto de partida e o destino a alcançar, quatro serão os deveres gerais da família, como muito bem definiu a Papa João Paulo II na Exortação acima citada, ou seja, a formação de uma comunidade de pessoas, o serviço á vida em todos os sentidos, a participação no desenvolvimento da sociedade e a participação na vida e missão que a Igreja tem no mundo.
Como se vê, o amor é princípio e força de comunhão e o ser humano não pode viver sem ele. Amor que se inicia na comunhão conjugal do casal e se torna família na geração e educação dos filhos que são dons de Deus para os pais.
Os pais têm autoridade. Com efeito, autoridade vem de autor. Os pais, ao colaborarem com Deus na vinda ao mundo de novos seres, os seus filhos, são em parte autores e têm por isso autoridade. Neste particular, não se pode negar e nem afirmar de modo diferente que como também como autores têm a grave missão, de profunda responsabilidade, não só de perpetuar a espécie humana, mas de torná-la dinâmica e lugar de cultivo do amor e da própria vida.
A família existe como referencial, ou melhor, coordenada de referência de maior grandeza.

Se se quer matrimônios resolvidos, construídos e felizes para durarem eternamente, como foi e é da vontade de Deus e como necessidade e exigência social justa e fraterna, por certo, o referencial e a construtora devem ser a família, que inegavelmente, aparece como a única instância
possível e capaz. Eis, pois!

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