O CIÚME...
O ciúme surge em relações amorosas devido a fatores
como: comparação, competição e medo da substituição.
O ciúme é uma combinação múltipla de várias emoções
que podem aparecer em conjunto ou agrupada, tais como: a inveja, seguida de
raiva, ódio, pena, autocomiseração, vingança, tristeza, mortificação, culpa,
vaidade, inferioridade, orgulho, medo, e ansiedade.
Todos sofrem de ciúmes ou são alvo ou instrumento do
ciúme de outros seres humanos e como a sua manifestação é universal, os
entendidos concordam em aceitar que seja normal na evolução do ser humano. A
manifestação do ciúme está sempre muito próxima da ansiedade e pode assumir
diagnóstico grave, ao persistir durante muito tempo, um ciúme doentio.
Em matéria de ciúme, a linha divisória entre a imaginação,
a fantasia, a crença e a certeza, freqüentemente se torna vaga e imprecisa e,
as dúvidas podem se transformar em idéias supervalorizadas ou delirantes. Na
tentativa de aliviar esse sentimento, a pessoa é levada à verificação
compulsória de suas dúvidas, chegando a atitudes absurdas e ridículas que, na
maioria das vezes, não ameniza o mal-estar da dúvida.
Sentir ciúmes é normal. Tão normal quanto sentir
saudades. Mas, quando o ciúme começa a se prolongar no tempo e aumentar de
intensidade, alguma coisa deve estar acontecendo de errado. A saudade, por
exemplo, quando intensa e prolongada, pode gerar uma situação mais séria de
depressão. O ciúme também, só que atua mais na esfera da angústia e da
ansiedade, gerando, portanto, estados ansiosos mais persistentes.
Geralmente, o ciúme ocorre como consequência de uma
desconfiança, como o que acontece depois de uma traição.
Parece que o ciúme sexual coloca subitamente em causa
o sentido de identidade de quem o sofre. Ser traído fisicamente pelo
companheiro ou pela companheira assume significados mais profundos, pois, ativa
os sintomas de insegurança, de abandono e de raiva.
O ciúme que o homem sente, que raramente confessa e
que tenta dissimular ou expressar com mau humor, não é muito agradável. Se o
homem percebe que a companheira se interessa por outro homem, fica inseguro,
pois teme ser encarado por ela como diminuído. A reação tem caráter de
fragilidade, traço que o homem evita conhecer por temer que o desabone.
Já se enciumar do companheiro é o mesmo que tornar
público o quanto o amor da mulher é valioso ou verdadeiro. Ela na crise de
ciúme tenta afastar a concorrente, vista como perigosa. Acredita que é a mulher
que se insinuará ao homem, seduzindo-o e não acusa seu companheiro, mas
perdoa-o por sua ingenuidade e joga sua hostilidade sobre a outra.
No matrimônio, se homem e mulher se amarem por serem
um para o outro a pessoa única, a comparação com os rivais diminui e quando não
existe a competição com outras pessoas, tanto um como o outro ficam menos
vulneráveis ao ciúme. Quando um ou outra tornam insubstituíveis as relações, o
ciúme desaparece.
A maneira básica de prevenir o ciúme é transformar-se
numa pessoa única e irrepreensível. A autenticidade será a melhor atitude para
transcender, para superar a ameaça de ser substituído ou substituída por rivais
em potencial.
Na medida em que homem e mulher se tornam mais
autônomos e autocriativos, os fatores de relacionamento se tornam menos
significativos e a paixão do ciúme menos provável.
Muitos conflitos conjugais emergem quando o casal
abandona a continuidade do namoro, depois de casados, continuidade de namoro
que pode ser a chave para superação. Sim, continuar namorando depois da
celebração do matrimônio, aparece como atitude louvável e sadia para o casal.
Isso fará estreitar ainda mais os vínculos daquela íntima comunhão de vida e
amor. Afastará os riscos do surgimento de um ciúme doentio, causa de muitos
tropeços e, por que não dizer, de fracassos matrimoniais, depois de um amor tão
forte, que parece ter passado no tempo.
Por certo, uma dose de ciúme, mas não o doentio,
motiva e estimula o dom mais forte, o amor, virtude infundida por Deus no
coração humano e força capaz de superar e igualar tudo aquilo que se apresenta
como diferente. Eis, pois!
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