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segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Existência é Ser.

Um importante ditado latino: “Agere sequitur esse”, que quer dizer, o agir segue o ser, pode exprimir, em princípio, o que significar toda uma existência da vida a dois, no matrimônio, tal como o Senhor Deus o quis desde suas origens.

O apego aos bens materiais, ao poder, ao dinheiro, às coisas, é, muitas vezes, colocado como primeiro e principal objetivo na constituição da família a partir do casamento. Não quer dizer que os não sejam importantes para a existência, pois o ser humano não deve lutar somente para sobreviver, mas viver condignamente. Porém, a existência espera e, por que não dizer, deseja e exige muito mais. Sim, a construção de uma íntima comunhão de amor, para uma vida a dois com harmonia.

A experiência tem mostrado ao longo do tempo e da história que a falência da família e o fracasso de muitos matrimônios está correlacionada com vidas excessivamente preocupadas em adquirir bens matérias em detrimento do ser mais e viver sobre eles, na ilusão de que casa cheia e vida farta de bens materiais possam responder aos anseios mais íntimos do ser humano e lhe trazer contentamento e realização. Por certo, uma ilusão que deixa de prezar os mais simples e humildes ensinamentos, seja da ciência, que da própria vivência de muitos casais que souberam concentrar e conduzir o foco na construção, sempre renovada, da própria existência.  

A ânsia em adquirir sempre mais bens e o apego a estes últimos acaba desviando o ser humano do que deve ser objetivo maior e a meta constante na vida e da vida, o crescimento naqueles valores que tornam a existência realizadora e feliz, tais como o amor, preocupação ativa pela vida e crescimento do próprio cônjuge, que, em conseqüência, redundará no próprio crescimento interior. Tudo isso pode e deve ser um constante através de gestos tais como compreensão e afeto, carinho e dedicação, ajuda mútua e partilha dos sentimentos de amizade que aproximam o um do outro, também a espiritualidade, ou seja, o cuidado com a própria dimensão espiritual com a escuta e leitura da Palavra Divina, a oração e o diálogo conjugal. Dialogo conjugal na constante busca de entendimento e compreensão um do outro. Só assim, com toda certeza, os cônjuges conseguirão uma existência harmoniosa e feliz na vida a dois.

A história tem mostrado que muitos náufragos do próprio matrimônio deixaram-se levar pela pobre ilusão de que acumulando bens materiais estariam atendendo à necessidade fundamental da vida e da existência. Não puseram o próprio esforço e com uma vontade fraca descobriram tarde o efêmero de uma escolha equivocada para construir um futuro, vivendo um presente ilusório. 

Pura ilusão pensar e imaginar que as coisas dão sustentação à existência, pois, quando faltam os princípios, faltarão também os valores a cultivar na vida. E os valores só se tornam reais quando estão baseados nos princípios. E princípio é elemento que compõe a forma de viver, forma de viver ou preceito que norteia e orienta a conduta e o comportamento, seja na relação com os outros, seja vida pessoal. O princípio diz relação com a moral, a ética e os bons costumes considerados como tais pela sociedade. 

O notório francês Victor Hugo, homem que se guiou por princípios bem nobres, um dos grandes escritores da humanidade escreveu poemas e romances belíssimos, hoje traduzidos em muitos idiomas, em uma de suas cartas à sua noiva, assim se expressou: “O desejo de me tornar digno de você me torna cada vez mais severo no julgamento de mim mesmo e na correção de meus defeitos. Se, até hoje, em consegui manter-me à margem dos desvios morais tão comuns aos jovens e vistos com tanta naturalidade e quase aprovação pelo mundo, foi porque continuamente penso em você; este pensamente e esta lembrança me protegem. Desta maneira conservei intactos os únicos bens que hoje lhe posso oferecer: um corpo puro e um coração virgem”. Eis, pois!

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