No
centro estava a imagem de José, o pai adotivo de Jesus e, ao seu lado, diversas
outras imagens de santos e santas. Homens e mulheres que escolheram para si o
estado matrimonial, ou seja, escolheram o casamento como estado de vida. Foram
exemplares em suas vidas, modelos de santidade, mas também modelos de cidadãos,
expressivos e expressivas com uma exuberante consciência de cidadania.
À noite, enquanto dormiam todos,
escutava-se um diálogo cujas vozes vinham não se sabe de que direção. Mas,
pouco a pouco, descobriu-se que vinha da gruta construída por um zeloso
sacerdote. Não tinha ele muita paciência para fixar-se em uma comunidade, vivia
passando de cidades em cidades e onde fosse possível construía uma gruta, em
geral, sempre dedicada à Virgem Maria e nunca deixava de pregar o Evangelho a
quem o escutava.
Ao longo de uma rodovia
moderníssima, de quatro pistas, aquele sacerdote conseguiu autorização do órgão
estatal competente e que administrava a referida autoestrada, para também ali,
bem próximo de uma cidadezinha, edificada num vale, entre duas montanhas,
construir uma gruta que chamasse atenção de todos que por ali transitassem.
Nesta gruta, terminada a sua
edificação, à noite, sem iluminação, ali não existia rede elétrica, de repente,
depois de alguns dias haver depositado a imagem da Virgem Maria, notaram que
outras imagens foram também depositadas. O povo do país muito religioso; muitas
pessoas levavam imagens de outros santos e santas para aquela gruta, geralmente,
como cumprimento de uma promessa. Dentre elas, levaram uma de São José, o pai
adotivo de Jesus, outra de Santa Rita de Cássia e, poucos dias depois, apareceu
mais uma, de uma santa pouco conhecida: Santa Maria da Encarnação. Esta se
casara e tivera seis filhos. Sofreu tribulações e aflição e o marido fora
exilado, os bens confiscados injustamente.
Sabe-se que tanto São José como a
Virgem Maria foram pessoas cumpridoras de seus deveres e muito silenciosas. Os
Evangelhos deixam transparecer que pouco falavam. Maria muito pouco e José,
quase nada.
As vozes que vinham desta gruta, à
noite, enquanto todos dormiam, nada mais eram do que uma reunião em que São José resolveu
coordenar. Estavam muito preocupados com os rumos do mundo neste início de
Século XXI. As instituições todas em crise, o Norte do Globo cada vez mais rico
e os países subdesenvolvidos cada vez mais pobres e em dificuldades
financeiras, as concepções éticas e morais cada vez mais deterioradas, muitos
escândalos e o graçamento cada vez mais galopante de corrupção marcada por um
cinismo sempre mais desenfreado, a família e o casamento em crise, manifestada
esta última, particularmente, pela falta de compromisso dos homens e mulheres
deste mundo, no Século XXI.
Como José, homem
sábio e justo, sempre foi de pouco falar, embora tivesse o que dizer de muito
importante, mas na qualidade de coordenador, deixou que os outros presentes
falassem por primeiro ou dessem algum conselho para os habitantes da Terra. A
Santa, pouco conhecida e falada, tomou a palavra e disse, aconselhando aos
esposos e filhos: “Seria tão bom se os pais retomassem a educação dos filhos no
amor à verdade...”. De repente a Santa silenciou. É que chegara um devoto à
gruta, já era de madrugada. E São José, disse baixinho: “Não faz mal, amanhã,
ou qualquer dia, voltamos à reunião e continuamos para ajudar aqui na Terra os
nossos devotos”. É que não queriam que vissem imagens falando. Poderiam ficar
assustados. Eis, pois!
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