A lembrança da solenidade do Natal
de Jesus durante todo o ano e nas proximidades da data sempre nos encanta, ora
pelo seu imenso significado, ora pela força que tem para renovar a esperança,
como nobreza maior que todas as outras, a vinda de Deus, seu estabelecimento na
terra, é realização da esperança de todos.
O Mistério da encarnação do Verbo de
Deus, ao se fazer humano como cada um dos humanos, rico na sua expressão, é
compreensível na sua realização. Se pensarmos que no aparecimento de Marcianos,
de Ets ou qualquer extraterrestre, ou mesmo, na mitologia brasileira da
sombração, tudo nos desperta admiração, e, às vezes, até susto, quando não o
medo. A vinda do Filho de Deus teria despertado muito mais que admiração, susto
ou medo, por certo, espanto e temor causaria se chegasse seu um plano divino.
Mas, surpreendentemente, a Sabedoria divina de fina psicologia, fez cumprir a
inestimável promessa da salvação, tornando-a realidade, de forma profundamente
humana. O Verbo de Deus se encarna divinamente, mas se faz presente
humanamente: Deus quis nascer numa família, tendo pai e mãe, viver e residir
num teto, sofrer as mesmas limitações a que estão sujeitos os humanos, tais
como fome, sede, frio, calor, espaço e tempo.
A história do casamento de José e
Maria, duas criaturas profundamente amadas por Deus, mas também profundamente
amorosas para com Ele, já conhecemos e certamente, nos causa admiração e
respeito. De duas criaturas profundamente humanas Deus faz empréstimo para
delas fazer nascer o Criador quem as criara. Maria empresta seu seio, sua
carne, seu sangue, seu ser, sua existência. José oferece proteção, guarda e
segurança. Dão de si tudo, para terem o Criador, para recriar a humanidade,
restabelecer a nobreza que somente a nobreza das nobrezas podia realizar.
José e Maria, dois corações e duas
almas dispostas à renuncia e ao sacrifício necessário e valioso, numa íntima
comunhão de vida e amor, disposta para abrigar um Filho, nobre esperado, cuja
nobreza desestrutura toda e qualquer outra nobreza, porque diferente nobreza da
já conhecida ou vivida até então. Simplicidade, singeleza e coração generoso,
tanto dos pais, como do Filho. Nobreza para descomplicar, confundir nobreza
orgulhosa de si, oferecer novos padrões e novos ideais, fundados no amor, na
justiça e na paz. Um Príncipe nascido e destinado a restabelecer valores que a
própria humanidade perdera, um amor ponto de partida e, ao mesmo tempo, de
chegada e que produz comunhão. Os anjos assim cantaram em Belém: “Glória a Deus
nas alturas e paz na terra aos homens por ele amados”. E Maria e José as
primeiras testemunhas da manifestação da nobreza das nobrezas: um nobre
diferente, Jesus, a salvação, símbolo e expressão de paz, tarefa de todo e
verdadeiro nobre. Eis, pois!
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