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quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

NOBREZA DAS NOBREZAS.




            A lembrança da solenidade do Natal de Jesus durante todo o ano e nas proximidades da data sempre nos encanta, ora pelo seu imenso significado, ora pela força que tem para renovar a esperança, como nobreza maior que todas as outras, a vinda de Deus, seu estabelecimento na terra, é realização da esperança de todos.
            O Mistério da encarnação do Verbo de Deus, ao se fazer humano como cada um dos humanos, rico na sua expressão, é compreensível na sua realização. Se pensarmos que no aparecimento de Marcianos, de Ets ou qualquer extraterrestre, ou mesmo, na mitologia brasileira da sombração, tudo nos desperta admiração, e, às vezes, até susto, quando não o medo. A vinda do Filho de Deus teria despertado muito mais que admiração, susto ou medo, por certo, espanto e temor causaria se chegasse seu um plano divino. Mas, surpreendentemente, a Sabedoria divina de fina psicologia, fez cumprir a inestimável promessa da salvação, tornando-a realidade, de forma profundamente humana. O Verbo de Deus se encarna divinamente, mas se faz presente humanamente: Deus quis nascer numa família, tendo pai e mãe, viver e residir num teto, sofrer as mesmas limitações a que estão sujeitos os humanos, tais como fome, sede, frio, calor, espaço e tempo.
            A história do casamento de José e Maria, duas criaturas profundamente amadas por Deus, mas também profundamente amorosas para com Ele, já conhecemos e certamente, nos causa admiração e respeito. De duas criaturas profundamente humanas Deus faz empréstimo para delas fazer nascer o Criador quem as criara. Maria empresta seu seio, sua carne, seu sangue, seu ser, sua existência. José oferece proteção, guarda e segurança. Dão de si tudo, para terem o Criador, para recriar a humanidade, restabelecer a nobreza que somente a nobreza das nobrezas podia realizar.
            José e Maria, dois corações e duas almas dispostas à renuncia e ao sacrifício necessário e valioso, numa íntima comunhão de vida e amor, disposta para abrigar um Filho, nobre esperado, cuja nobreza desestrutura toda e qualquer outra nobreza, porque diferente nobreza da já conhecida ou vivida até então. Simplicidade, singeleza e coração generoso, tanto dos pais, como do Filho. Nobreza para descomplicar, confundir nobreza orgulhosa de si, oferecer novos padrões e novos ideais, fundados no amor, na justiça e na paz. Um Príncipe nascido e destinado a restabelecer valores que a própria humanidade perdera, um amor ponto de partida e, ao mesmo tempo, de chegada e que produz comunhão. Os anjos assim cantaram em Belém: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por ele amados”. E Maria e José as primeiras testemunhas da manifestação da nobreza das nobrezas: um nobre diferente, Jesus, a salvação, símbolo e expressão de paz, tarefa de todo e verdadeiro nobre. Eis, pois!

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