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quinta-feira, 19 de março de 2015

RECOMEÇAR SEMPRE



Diversos leitores já questionaram e, mais recentemente, fui questionado. Como falar de algo que não vivo, realidade da qual não tenho experiência?! É verdade, o casamento constitui-se em fenômeno que nunca vivi. Solteiro e celibatário por opção, seria uma incoerência e contra-senso vivê-lo sem tê-lo. Como também seria impossível para um mortal cristão ser solteiro e casado ao mesmo tempo. Experiência de casado não tenho. Pensando bem, após momentânea reflexão, atirei com a seguinte resposta: quem disse ou pode garantir que para falar de elementos reais da vida, seja necessária a experiência?! Quis dizer também que, embora tenha profunda admiração pelo empirismo, não creio que o mesmo possa explicar e resolver tudo. O conhecimento e a ciência não existem somente com base na experiência, que nem sempre, contribui para o saber.
            A inter-relação e a interação humanas no casamento são tão ricas e plenas de conteúdo que daí advém inspiração completada pela riqueza, também da doutrina cristã baseada no Evangelho, anúncio de salvação.
            Inter-relação humana, conjunto de vontades, sentimentos e ideias que possibilitam a comunicação entre as pessoas. E a interação, ação recíproca, muito mais, isto é, conjunto de sentimentos, emoções e ideias afetivamente coincidentes. O casamento tem em si tudo isso e por tudo isso oferece.
            Muitas pessoas começam uma inter-relação humana e desta, aprofundada, interagem e partem para o casamento ingenuamente, convencidas de que o amor basta para superar todos os obstáculos futuros. Ingênua convicção, grande verdade. Posteriormente, descobrem que a vida segue um ciclo de estações, como se fosse o tempo, fazendo aqui uma analogia com base no amor marital, que constantemente muda e se transforma. Na verdade, primeiro a primavera, com todo o seu esplendor. A seguir, a estação dos frutos, do crescimento, da consolidação. Logo descobrir-se-á como a vida, e também o casamento, sofre fracassos.
Não podemos esquecer jamais a lembrança de que o amor conhece outros momentos, outros sabores, outras expressões. A capacidade de amar deve continuamente renovar-se.

É nessa dinâmica, que faz com que os cônjuges sejam uma só carne, um só ser, nas perspectivas da indissolubilidade, que está o futuro dos cônjuges. Porvir que os conduz para além de si mesmos. Só assim, a dois, será possível um recomeçar sempre à interação, esta viagem da qual se vê o final. Eis, pois!

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