Vivemos dias de crise
para a instituição matrimonial, como vem acontecendo com todas as outras
instituições. Obviamente, uma instituição milenar, não estaria imune a obstáculos
e desafios neste início do terceiro milênio e, portanto, isenta de crise.
As
instituições passam por uma crise existencial e programática e assistimos a
elementos da instituição matrimonial também em crise; como o jovem, que hoje é
lamentavelmente confundido com o adolescente. Por certo, que a ciência da
educação vê na adolescência uma fase fundamental e, portanto, importante para o
ser humano. E, certamente, considera no mesmo nível de importância o jovem.
Se
confusas estão as instituições, imaginamos quão confusos devem estar os
adolescentes e jovens. Inseguros, estão perdidos neste mundo que só lhes
ensina, estimulam e motivam pela ilusão do consumo, do consumismo, dos prazeres
momentâneos do álcool, das drogas, ou narcóticos, e do sexo irresponsável e
inconsequente. Apresenta como verdadeiro o que é mentira; e como valor o que é
fantasia, badala tanto, que a mentira acaba parecendo verdade.
Detecta-se
hoje três situações profundamente preocupantes: a carência de ideal, a inversão
de valores e a falta de criatividade ou espírito de inventiva.
Os
jovens estão a carecer de um ideal e ter um ideal será ou seria importante?
Isto
deve ser entendido com clareza e simplicidade. Quem não tem um ideal na vida,
não tem por que lutar. Basta começarmos indagar: o que será da juventude
amanhã, se hoje não exercita algo que escolhe ou decide viver ou ser e fazer na
vida? Somente um ideal verdadeiro e nobre pode dar sentido à vida.
Não sabemos se inspirado nos ensinamentos de Cristo
ou não, mas o grande cientista do Século XX, Albert Einstein, dizia: “Não se
deve lutar por objetivos fáceis... melhor será buscar e realizar-se por meios
mais obstaculosos e desafiantes”[1].
Se Cristo, no momento mais crucial, quando tinha a
cruz sobre os ombros, terrivelmente pesada, já quase sem forças, a jogasse
fora, olhando de lado e dissesse: muito difícil carregar esta Cruz, não mais
aguento, até mais... e nunca mais voltasse a carregá-la? Seria o caos. O caos
existe na vida de muitos nos dias atuais. Não aprenderam a batalhar por
objetivos difíceis. E quando estes oferecem oportunidade na vida de um ideal
por que lutar, falta o ânimo e a vontade, porque para nada serve o primeiro se
a segunda não foi preparada por uma educação sadia e séria para a dificuldade e
o desafio. Se é que exista vontade sem ideal e verdadeira educação sem que se
discipline na força de vontade.
Na arte da educação, necessário se faz formar a
consciência para uma vontade decidida e firme, a exemplo de Cristo, que durante
longos quase três anos, preparou os discípulos, primeiro dando-lhes o pão do
ensino e, posteriormente, ânimo, e os chamou à execução com decidida e firme
vontade para um ideal de vida verdadeiro. Eis, pois!
Nenhum comentário:
Postar um comentário