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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

EXISTE VONTADE SEM IDEAL?


            Vivemos dias de crise para a instituição matrimonial, como vem acontecendo com todas as outras instituições. Obviamente, uma instituição milenar, não estaria imune a obstáculos e desafios neste início do terceiro milênio e, portanto, isenta de crise.
            As instituições passam por uma crise existencial e programática e assistimos a elementos da instituição matrimonial também em crise; como o jovem, que hoje é lamentavelmente confundido com o adolescente. Por certo, que a ciência da educação vê na adolescência uma fase fundamental e, portanto, importante para o ser humano. E, certamente, considera no mesmo nível de importância o jovem.
            Se confusas estão as instituições, imaginamos quão confusos devem estar os adolescentes e jovens. Inseguros, estão perdidos neste mundo que só lhes ensina, estimulam e motivam pela ilusão do consumo, do consumismo, dos prazeres momentâneos do álcool, das drogas, ou narcóticos, e do sexo irresponsável e inconsequente. Apresenta como verdadeiro o que é mentira; e como valor o que é fantasia, badala tanto, que a mentira acaba parecendo verdade.
            Detecta-se hoje três situações profundamente preocupantes: a carência de ideal, a inversão de valores e a falta de criatividade ou espírito de inventiva.
            Os jovens estão a carecer de um ideal e ter um ideal será ou seria importante?
            Isto deve ser entendido com clareza e simplicidade. Quem não tem um ideal na vida, não tem por que lutar. Basta começarmos indagar: o que será da juventude amanhã, se hoje não exercita algo que escolhe ou decide viver ou ser e fazer na vida? Somente um ideal verdadeiro e nobre pode dar sentido à vida.
Não sabemos se inspirado nos ensinamentos de Cristo ou não, mas o grande cientista do Século XX, Albert Einstein, dizia: “Não se deve lutar por objetivos fáceis... melhor será buscar e realizar-se por meios mais obstaculosos e desafiantes”[1].
Se Cristo, no momento mais crucial, quando tinha a cruz sobre os ombros, terrivelmente pesada, já quase sem forças, a jogasse fora, olhando de lado e dissesse: muito difícil carregar esta Cruz, não mais aguento, até mais... e nunca mais voltasse a carregá-la? Seria o caos. O caos existe na vida de muitos nos dias atuais. Não aprenderam a batalhar por objetivos difíceis. E quando estes oferecem oportunidade na vida de um ideal por que lutar, falta o ânimo e a vontade, porque para nada serve o primeiro se a segunda não foi preparada por uma educação sadia e séria para a dificuldade e o desafio. Se é que exista vontade sem ideal e verdadeira educação sem que se discipline na força de vontade.
Na arte da educação, necessário se faz formar a consciência para uma vontade decidida e firme, a exemplo de Cristo, que durante longos quase três anos, preparou os discípulos, primeiro dando-lhes o pão do ensino e, posteriormente, ânimo, e os chamou à execução com decidida e firme vontade para um ideal de vida verdadeiro. Eis, pois!



[1] Albert Einstein, em Como Vejo o Mundo.

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